Poético-Reflexivo com fundo emocional e filosófico
Pedras não partem corações
Pedras não partem corações,
não sangram sonhos, ilusões.
São frias, duras, calmas, nuas,
mas não ferem almas tuas.
Destroem ferros, amassam aços,
mas — inocentes em seus traços —
não fazem mal, não sabem ferir,
apenas existem, sem insistir.
Inocentes — não fazem mal.
O que machuca não é o metal,
é o silêncio nos espaços.
Mas oh! Maldita é a palavra
sem forma, e ainda assim crava.
Destrói sem peso ou direção,
faz ruir um coração.
Não são pedras que fazem doer,
mas gestos que param de acolher.
O que fere é a indiferença,
não o peso da tua presença.
Pedra é firme, chão, estrutura,
coração é flor, é ternura.
O que o quebra não é dureza,
é a ausência de delicadeza.
A ausência de pureza —
isso, sim, o fere.
Palavras, coisa sem forma,
sem peso, sem cor, sem norma...
e ainda assim fazem sangrar.
Não são pedras que fazem doer,
mas gestos que param de acolher.
O que fere é a indiferença,
não o peso da tua presença.
Mais que uma pedra pronta a dilacerar,
é a palavra mal dita —
que sem querer, sabe matar.
É que palavras não pedem licença,
entram, moldam, ficam — ou destroem.
Não têm corpo, mas deixam cicatrizes
que nem o tempo corrói.
E às vezes vêm doces, disfarçadas,
com sorriso e voz embriagada.
Mas por dentro são afiadas
como lâmina encantada.
É o grito que fere
é o silêncio entre frases gastas.
É o olhar que desvias,
quando já não se vê graça.
Corações não temem pedras,
temem promessas que não voltam,
temem gestos que se esgotam
e verdades que se negam.
Por isso, cuida do que dizes,
do que calas, do que finges.
Pois o que parte um coração
não são os golpes…
mas as raízes que se extinguem.
Pois pedras não destroem corações —
palavras, sim, quando perdem as razões.
Machucam mais que ações
-Escrevo com alma, de flor e dor,
Essência @M. C. C. — Margarida Chissenda Chimbalandongo
Autor: Margarida Chissenda Chimbalandongo |
Publicado em: 22/04/2025
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